Praça Celso Furtado
Memorial do estudo preliminar arquitetônico
Guilherme Petrella / Taís Tsukumo
"Em linhas gerais, buscamos uma forma de ocupação do espaço que aproveite e potencialize a configuração física do lugar e seus usos atuais, tentando interpretar o relevo, os níveis da topografia (áreas mais planas, mais inclinadas, desníveis) e as possibilidades de uso que eles implicam; os elementos construídos (sistema viário, edificações) e suas relações com as formas de apropriação no terreno (percursos, trilhas, caminhos, áreas de estar, de depósito etc.).
Dessa forma, na parte mais alta, mais diretamente ligada à área mais movimentada do terreno, propusemos a criação de um espaço que pudesse acolher mais pessoas: pisos secos (pedriscos), árvores altas que fazem sombra (mas que não obstruem a passagem de pedestres), equipamentos (bancos, mesas, lixeiras...). A partir dela, desenvolvem-se dois percursos, que conduzem a lugares distintos (recintos internos, configurados mais claramente): a cobertura do laboratório – algo construído, objeto arquitetônico, que possibilita uma visão ampliada do espaço (sua cota elevada, construída, uma espécie de varanda-belvedere), que possibilita a vista da paisagem do bairro e da praça; e, a descida para o anfiteatro, em seu percurso “natural” (topografia) e “social” (a trilha existente), com um momento intermediário - o próprio laboratório que está diretamente ligado, em nível, com a rua... Esse percurso, pode se constituir de espaço “fechado” por massas arbóreas e arbustivas, caminhos mais delimitados, um acesso claro à edificação-laboratório, um recinto etc.
Além desses percursos longitudinais, propomos a reconfiguração de um percurso transversal já presente no uso da praça de onde se acessa uma escadaria construída, que liga a parte alta (edifícios existentes), passando pelo patamar superior do anfiteatro (a topografia existente já o sugeria), à parte baixa, até chegar à rua, nível do palco-praça do anfiteatro.
Uma questão importante no projeto da praça é o aproveitamento das águas da chuva. Notamos que pela prórpia configuração do relevo, o terreno é caminho drenante das águas, e também por onde passam as águas pluviais captadas dos edifícios vizinhos. Assim, propomos um espelho d’água que é ao mesmo tempo reservatório de contenção das águas de chuva, reutilizáveis para irrigação ou limpeza, e também um elemento paisagístico. Esse elemento construído tem sua configuração se alterando com seu “movimento”: as chuvas enchem os reservatórios, que ligados por escadas drenantes, ou coisas assim, produzem cascatas sobre essas construções, e permitem perceber o movimento das águas no tempo, ao longo do ano.
O espaço alternaria áreas abertas ligadas à rua, percursos e recintos internos. Buscamos ligações entre as áreas “separadas” pelo modo de sua produção funcional-racionalista (resultado das concepções de conjuntos habitacionais e de planejamento moderno): re-integrar partes separadas e justapostas, tentar dar um sentido, uma unidade.
No entanto, para isso se realizar efetivamente, não basta uma visão arquitetônica. É necessário que o desenvolvimento desses recintos seja realizado a partir de um processo de produção das relações entre os moradores e futuros usuários. Além do que, o projeto mais determinado implica na solução de suas questões construtivas, que incluem técnicas e custos (ausentes neste momento). A própria elaboração do projeto arquitetônico já faz parte do processo de construção da praça, e deve corresponder a suas etapas, em constante transformação e diálogo com as possibilidades trazidas por todos os envolvidos. Nesse momento, apresentamos um primeiro esboço a fim de contribuir para avançar num projeto coletivo. Como ponto inicial de um diálogo que se inicia."
Memorial do estudo preliminar arquitetônico
Guilherme Petrella / Taís Tsukumo
"Em linhas gerais, buscamos uma forma de ocupação do espaço que aproveite e potencialize a configuração física do lugar e seus usos atuais, tentando interpretar o relevo, os níveis da topografia (áreas mais planas, mais inclinadas, desníveis) e as possibilidades de uso que eles implicam; os elementos construídos (sistema viário, edificações) e suas relações com as formas de apropriação no terreno (percursos, trilhas, caminhos, áreas de estar, de depósito etc.).
Dessa forma, na parte mais alta, mais diretamente ligada à área mais movimentada do terreno, propusemos a criação de um espaço que pudesse acolher mais pessoas: pisos secos (pedriscos), árvores altas que fazem sombra (mas que não obstruem a passagem de pedestres), equipamentos (bancos, mesas, lixeiras...). A partir dela, desenvolvem-se dois percursos, que conduzem a lugares distintos (recintos internos, configurados mais claramente): a cobertura do laboratório – algo construído, objeto arquitetônico, que possibilita uma visão ampliada do espaço (sua cota elevada, construída, uma espécie de varanda-belvedere), que possibilita a vista da paisagem do bairro e da praça; e, a descida para o anfiteatro, em seu percurso “natural” (topografia) e “social” (a trilha existente), com um momento intermediário - o próprio laboratório que está diretamente ligado, em nível, com a rua... Esse percurso, pode se constituir de espaço “fechado” por massas arbóreas e arbustivas, caminhos mais delimitados, um acesso claro à edificação-laboratório, um recinto etc.
Além desses percursos longitudinais, propomos a reconfiguração de um percurso transversal já presente no uso da praça de onde se acessa uma escadaria construída, que liga a parte alta (edifícios existentes), passando pelo patamar superior do anfiteatro (a topografia existente já o sugeria), à parte baixa, até chegar à rua, nível do palco-praça do anfiteatro.
Uma questão importante no projeto da praça é o aproveitamento das águas da chuva. Notamos que pela prórpia configuração do relevo, o terreno é caminho drenante das águas, e também por onde passam as águas pluviais captadas dos edifícios vizinhos. Assim, propomos um espelho d’água que é ao mesmo tempo reservatório de contenção das águas de chuva, reutilizáveis para irrigação ou limpeza, e também um elemento paisagístico. Esse elemento construído tem sua configuração se alterando com seu “movimento”: as chuvas enchem os reservatórios, que ligados por escadas drenantes, ou coisas assim, produzem cascatas sobre essas construções, e permitem perceber o movimento das águas no tempo, ao longo do ano.
O espaço alternaria áreas abertas ligadas à rua, percursos e recintos internos. Buscamos ligações entre as áreas “separadas” pelo modo de sua produção funcional-racionalista (resultado das concepções de conjuntos habitacionais e de planejamento moderno): re-integrar partes separadas e justapostas, tentar dar um sentido, uma unidade.
No entanto, para isso se realizar efetivamente, não basta uma visão arquitetônica. É necessário que o desenvolvimento desses recintos seja realizado a partir de um processo de produção das relações entre os moradores e futuros usuários. Além do que, o projeto mais determinado implica na solução de suas questões construtivas, que incluem técnicas e custos (ausentes neste momento). A própria elaboração do projeto arquitetônico já faz parte do processo de construção da praça, e deve corresponder a suas etapas, em constante transformação e diálogo com as possibilidades trazidas por todos os envolvidos. Nesse momento, apresentamos um primeiro esboço a fim de contribuir para avançar num projeto coletivo. Como ponto inicial de um diálogo que se inicia."
Elementos para uma Filosofia da Arquitetura.
“ Há nas margens da cidade aquilo patente em todas as formas espontâneas, o encanto das coisas
que só existem porque estão desprogramadas, que superam a indiferença funcional devido à
'procedência do objeto em relação ao sujeito": qualidade de tudo que está além da capacidade do
planejamento.” Carlos M. Teixeira
“Essa pesquisa ou história, recomeço obstinado, iniciativa e destruição, inscreve-se na maneira de habitar, como a philosophia, edificação e crítica, não cessa de organizar: e de desorganizar as maneiras de pensar. A Filosofia não está na cidade, ela é a cidade que pensa, e a cidade é a agitação do pensamento que busca seu habitat justamente quando o perdeu, quando perdeu a natureza" (...) “ Mas a cidade, atualmente, está transbordada pela megalópole' Esta não tem um exterior e um interior, estando ambos juntos, como uma periferia.” (... ) "A imensa periferia murmura milhares de mensagens abafadas"' J.- F. Lyotard. Periferia. In Moralidades Pós Modernas.
"Tentativa e busca de entender as cidades, a periferia e seu ( des) ordenamento para além do pré-conceito por meio da construção de uma metodologia filosófica capaz de dar voz à multiplicidade de narrativas que compõem esses lugares. Uma filosofia
que procure uma forma, uma metodologia ( essa metodologia é a escuta! Ouvir relatos e tecer junto a eles um novo conceito, ou novas práticas de intervenção ) que, então, no contato com narrativas divergentes inventem outros modos de ver, olhar; visão e audição críticas e que coloquem em suspensão as certezas do pensamento hegemônico...
que procure uma forma, uma metodologia ( essa metodologia é a escuta! Ouvir relatos e tecer junto a eles um novo conceito, ou novas práticas de intervenção ) que, então, no contato com narrativas divergentes inventem outros modos de ver, olhar; visão e audição críticas e que coloquem em suspensão as certezas do pensamento hegemônico...
O objetivo de uma Filosofia da Arquitetura enquanto tentativa de esclarecimento: compreensão/entendimento da racionalidade inerente às construções, a design e sua implicação na formação de novos conceitos. tentaiva de desvelo, esclarecimento: de que modo as
" representações arquitetônicas podem ser consideradas como imagens com potencial para englobar toda uma ordem subentendida" ? ( Carlos M. Teixeira. )
Filosofia da Arquitetura: Ordenamento de pistas, rastros, trilhamentos....de uma linguagem: Como e o que diz essa fala?
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